quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

MISTERIOSO CARTÃO DE NATAL

 O Natal é a festa das crianças e da divina Criança que se esconde dentro de cada adulto. É altamente inspiradora a crença de que Deus se acercou dos seres humanos na forma de uma criança. Assim ninguém pode alegar que Ele é apenas um mistério insondável, fascinante por um lado e aterrador por outro. Não. Ele se aproximou de nós na fragilidade de um recém-nascido que choraminga de frio e que busca, faminto, o seio materno.
     Precisamos respeitar e amar esta forma como Deus quis entrar no nosso mundo. Pelos fundos, numa gruta de animais, numa noite escura e cheia de neve "porque não havia lugar para ele nas pousadinhas de Belém". Mais consoladora é ainda a ideia de que seremos julgados por uma criança e não por um juiz severo e esquadrinhador. Criança quer brincar. Ela se enturma imediatamente com todas as outras, pobres, ricas, japonesas, negras e loiras. É a inocência originária que ainda não conheceu as malícias da vida adulta.
     A divina Criança nos introduzirá na dança celeste e no festim que a família divina do Pai, do Filho e do Espírito Santo prepara para todos os seus filhos e as suas filhas, não excluídos aqueles que, um dia, foram desgarrados.
     Estava refletindo sobre esta realidade bem-aventurada quando um anjo, daqueles que cantaram aos pastores nos campos de Belém, se aproximou espiritualmente e me entregou um cartãozinho de Natal. De quem seria? Comecei a ler. Nele se dizia:
     "Queridos irmãozinhos e irmãzinhas:
     Se vocês ao olharem o presépio e ao verem lá o Menino Jesus no meio de Maria e de José e junto do boi e do jumento, se encherem de fé de que Deus se fez criança, como qualquer um de vocês;
     Se vocês conseguirem ver nos outros meninos e meninas a presença inefável do Menino Jesus que uma vez nascido em Belém, nunca nos deixou sozinhos neste mundo;
     Se vocês forem capazes de fazer renascer a criança escondida nos seus pais, nos seus tios e tias e nas outras pessoas que vocês conhecem para que surja nelas o amor, a ternura, o cuidado com todo mundo, também com a natureza;
     Se vocês, ao olharem para o presépio, descobrirem Jesus pobremente vestido, quase nuzinho e lembrarem de tantas crianças igualmente mal vestidas e se sofrerem no fundo do coração por esta situação e se puderem dividir o que vocês têm de sobra e desejarem já agora mudar este estado de coisas;
     Se vocês, ao verem a vaquinha, o burrinho, as ovelhas, os cabritos, os cães, os camelos e o elefante no presépio e pensarem que o universo inteiro é também iluminado pela divina Criança e que todos eles fazem parte da grande Casa de Deus;
     Se vocês olharem para o alto e virem a estrela com sua cauda luminosa e recordarem que sempre há uma estrela como a de Belém sobre vocês, acompanho-os, iluminando-os, mostrando-lhes os melhores caminhos;
     Se vocês se lembrarem que os reis magos, vindos de terras distantes, eram, na verdade, sábios e que ainda hoje representam os cientistas e os mestres que conseguem ver nesta Criança o sentido secreto da vida e do universo;
     Se vocês pensaram que esse Menino é simultaneamente homem e Deus e por ser homem é seu irmão e por ser Deus existe uma porção Deus em vocês e por causa disso, se encherem de alegria e de legítimo orgulho;
     Se pensarem tudo isso então fiquem sabendo que eu estou nascendo de novo e renovando o Natal entre vocês. Estarei sempre perto, caminhando com vocês, chorando com vocês e brincando com vocês até aquele dia em que chegaremos todos, humanidade e universo, na Casa de Deus que é Pai e Mãe de infinita bondade, para morarmos sempre juntos e sermos eternamente felizes".
Belém, 25 de dezembro do ano 1.
Assinado: Menino Jesus


Leonardo Boff


Clique aqui para ler mais: http://www.forumespirita.net/fe/accao-do-dia/misterioso-cartao-de-natal/#ixzz2FctDVqG4

A COROA E AS ASAS

Photobucket

Comentava-se, na reunião, as glórias do sa­ber, quando o Cristo, para ilustrar a palestra, contou, despretensioso:

— Um homem amante da verdade, infor­mando-se de que o aprimoramento intelectual conduz à divina sabedoria, atirou-se à elevação da montanha da ciência, empenhando todas as forças que possuía no decisivo cometimento. A vereda era sombria qual obscuro labirinto; con­tudo, o esforçado lidador, olvidando dificulda­des e perigos, avançava sempre, trocando de vestuário para melhor acomodar-se às exigên­cias da marcha. De tempos a tempos, lançava à margem da estrada uma túnica que se fizera estreita ou uma alpercata que se lhe afigurava inservível, procurando indumentária nova, até que, um dia, depois de muitos anos, alcançou a desejada culminância, onde um representante de Deus lhe surgiu ao encontro.

O emissário cumprimentou-o, abraçou-o e re­vestiu-lhe a fronte com deslumbrante coroa de luz. Todavia, quando o vencedor do conheci­mento quis prosseguir adiante, na direção do Paraíso, recomendou-lhe o mensageiro que vol­tasse atrás dos próprios passos, a ver o trilho percorrido e que, de sua atitude na revisão do ca­minho, dependeria a concessão de asas com que lhe seria possível voar ao encontro do Pai Eterno.

O interessado regressou, mas, agora, auxi­liado pela fulgurante auréola de que fora inves­tido, podia contemplar todos os ângulos da senda, antes inextricável ao seu olhar.

Não conteve o riso, diante das estranhas roupagens de que os viajadores da retaguarda se vestiam.

Aqui, notava uma túnica rota; acolá, uma sandália extravagante. Peregrinos inúmeros se apoiavam em bordões quebradiços, enquanto ou­tros se amparavam em capas misérrimas; entretanto, cada qual, com impertinência infantil, marchava senhor de si, como se envergasse a roupa mais valiosa do mundo.

O vencedor da ciência não suportou as im­pressões que o quadro lhe causava e abriu-se em frases de zombaria, reprovando acremente a igno­rância de quantos seguiam em vestes ridículas ou inadequadas. Gritou, condenou e fez apodos contundentes. Dirigiu-se à comunidade dos via­jantes com tamanha ironia que muitos renun­ciaram à subida, retornando à inércia da pla­nície vasta.

Após amaldiçoar a todos, indistintamente, voltou o herói coroado ao cume do monte, na expectativa de partir sem detença ao encontro do Pai, mas o Anjo, muito triste, explicou-lhe que a roupagem dos outros, que lhe provocara tanto sarcasmo inútil, era aquela mesma de que ele se servira para elevar-se, ao tempo em que era frágil e semicego, e que as asas de luz, com que deveria erguer-se ao Trono Divino, somente lhe seriam dadas, quando edificasse o amor no imo do coração. Faltavam-lhe piedade e en­tendimento; que ele voltasse demoradamente ao caminho e auxiliasse os semelhantes, sem o que jamais conseguiria equilibrar-se no Céu.

Alguns minutos de silêncio seguiram-se indevassáveis...

O Mestre, todavia, imprimindo significativa ênfase às palavras, terminou:

— Há muitas almas, na Terra, ostentando a luminosa coroa da ciência, mas de coração adormecido na impiedade, salientando-se no sar­casmo pueril e na censura indébita. Envenenadas pela incompreensão, exigentes e cruéis, fulminam os companheiros mais fracos no entendimento ou na cultura, ao invés de estender-lhes as mãos fraternais, reconhecendo que também já foram assim, tateantes e imperfeitos... Enquanto, po­rém, não se decidirem a ajudar o irmão menos esclarecido e menos afortunado, acolhendo-o no próprio espírito, com sinceridade e devotamento, não receberão as asas com que lhes será lícito partir na direção do Céu.




Neio Lúcio  &  Francisco C. Xavier
Livro: Jesus no Lar


Clique aqui para ler mais: http://www.forumespirita.net/fe/meditacao-diaria/a-coroa-e-as-asas/#ixzz2FcoLzI5N

JARDIM DAS BORBOLETAS, MARIO QUINTANA

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

QUANDO O SOFRIMENTO BATER A SUA PORTA

Photobucket
▬  Sofrer é como experimentar as inadequações da vida:

  Elas estão por toda parte.
  São geradas pelas nossas escolhas,
  Mas também pelos condicionamentos dos quais somos vítimas.

Sofrimento é destino inevitável, porque é fruto do processo que nos torna humanos.

  O grande desafio é saber identificar o sofrimento que vale a pena ser sofrido.

▬  Perdemos boa parte da vida com sofrimentos desnecessários:

  Precariedades,
  Falta de sabedoria,
  E resultados de nossos desajustes.

São os sofrimentos que nascem de nossa acomodação, quando, por força do hábito, nos acostumamos com o que temos de pior em nós mesmos.

  Perdemos a oportunidade de saborear a vida só porque não aprendemos a ciência de administrar os problemas que nos afetam.

▬  Invertemos a ordem e a importância das coisas:

  Sofremos demais por aquilo que é de menos,
  E sofremos de menos por aquilo que seria realmente importante sofrer um pouco mais.

  Sofrer é o mesmo que purificar.

Só conhecemos verdadeiramente a essência das coisas à medida que as purificamos. O mesmo acontece na nossa vida. Nossos valores mais essenciais só serão conhecidos por nós mesmos se os submetermos ao processo da purificação.

  Talvez, assim, descubramos um jeito de reconhecer as realidades que são essenciais em nossa vida.

É só desvendarmos e elencarmos os maiores sofrimentos que já enfrentamos e quais foram os frutos que deles nasceram. Nossos maiores sofrimentos, os mais agudos. Por isso se transformam em valores.

  O sofrimento parece conferir um selo de qualidade à vida, porque tem o dom de revesti-la de sacralidade, de retirá-la do comum e elevá-la à condição de sacrifício.

Sacrifício e sofrimento são faces de uma mesma realidade.

  O sofrimento pode ser também reconhecido como sacrifício, e sacrificar é ato de retirar do lugar comum, tornar sagrado, fazer santo. Essa é a mística cristã a respeito do sofrimento humano.

Não há nada nesta vida, por mais trágico que possa nos parecer, que não esteja prenhe de motivos e ensinamentos que nos tornarão melhores. Tudo depende da lente que usamos para enxergar o que nos acontece.

  Tudo depende do que deixaremos demorar em nós.

Padre Fábio de Melo.



Clique aqui para ler mais: 
http://www.forumespirita.net/fe/meditacao-diaria/quando-o-sofrimento-bater-a-sua-porta/?PHPSESSID=85f3229ee572d7cd259f5f35b1f5dd23#ixzz2DeBw4m6z

terça-feira, 27 de novembro de 2012

EU SOU A ROSA

Photobucket


Era final de inverno…
Mais um ano havia passado e não se chegara a nenhuma conclusão.
Os partidários das diversas facções, dia após dia, perdiam-se em longas e intermináveis discussões sobre esta ou aquela candidata, sem chegarem a um consenso.
Decantava-se a beleza da papoula, as qualidades das alfazemas, o perfume dos cravos, as virtudes de pureza e humildade de lírios e violetas.
Tudo em vão…
Num canto despretensioso do mundo, onde as espécies vegetais cresciam silenciosamente, um pequeno arbusto travava sua luta diária pela sobrevivência, alheio a toda sorte de discussões.
Conformada com sua forma tosca, retorcida, prenhe de espinhos pontiagudos e consciente de que nunca alcançaria a beleza de um dente-de-leão, acostumara-se a ser desprezado e humilhado, sem, no entanto, deixar de prestar atenção nas pequenas criaturas que dependiam de sua existência para sobreviver.
A elas dedicava a sua vida, emprestando a segurança de seu tronco e ramos para abrigar insetos das chuvas e ventanias.
Era feliz, pois, se não tinha a beleza, tinha a utilidade, e isso lhe bastava.
Naquela manhã fria de final de inverno, ainda não totalmente desperta da noite, a plantinha rude viu despregar do céu uma linda estrela cor de prata.
Sorrindo, acompanhou-lhe a trajetória em arco perfeito pelo céu escuro, descendo, descendo… Em direção à floresta ainda adormecida.
Era tão suave e linda aquela forma, que, instintivamente, todos na floresta, árvores, arbustos, pássaros e flores, acordados pela luz repentina, curvavam-se para vê-la passar.
A estrela flutuou entre sorrisos, agradecendo a simpatia da floresta, até chegar perto do arbusto cheio de espinhos.
Aproximou-se lentamente da plantinha e falou-lhe docemente.
Não te inscrevestes na eleição da rainha das flores, por isso vim pessoalmente buscar-te…
Mas, senhora… gagejou a planta, …eu?? Como posso aspirar a ser rainha de qualquer coisa… não vês o quanto sou feia!!
O Senhor da vida ordenou-me que viesse buscá-la…
Se este é o seu desejo…aqui me tens, senhora…
E partiram em um rastro de luz, na direção do conselho das flores.
As demais candidatas riram-se da pretenciosa intenção daquele feio arbusto.
A platéia silenciou quando entrou no ambiente a primavera, anunciada pelo som de mil clarins.
O arbusto, espantado, reconheceu a estrela que a trouxera até ali.
Então, senhores conselheiros – questionou a primavera- o Senhor da vida deseja saber se já encontraram a legítima representante de Seu Reino?
Não, senhora. Estávamos para decidir-nos, quando fomos interrompidos pela vaidade dessa planta sem qualidades que aí está. Veja! Quanta ousadia…
A primavera voltou-se para a plantinha que chorava de vergonha e humilhação e perguntou:
O que mais desejas nesta vida? E a planta respondeu entre lágrimas…
Amar e ser amada…
A primavera, então, tocou os galhos espinhosos e, logo, botões surgiram dos galhos semi-nus, abrindo-se em mil pétalas sedosas, de perfume inesquecível…
Qual é o teu nome? Perguntaram todos.
Eu sou a rosa…
………………………………………………………………..
Quando o amor tocar os espinheiros do mundo, as rosas brotarão em cada alma.
Tal é a lei de amor, como ensinou Jesus…

BLOCO DE ANÚNCIOS

NÃO TERMINOU...

NÃO TERMINOU...
CLICK NAS POSTAGENS MAIS ANTIGAS E CONTINUE NAVEGANDO NO BLOG